A DÍVIDA DE LULA COM A REVITALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCO

Roberto Malvezzi (Gogó)

“O Belo Chico nasce das lágrimas de uma índia

  Descendo a Depressão Sertaneja

  Contornando as ilhas”

  (Lágrimas de Iati, CD BELO CHICO / Targino, Nilton e Gogó)

À medida que a Transposição do Rio São Francisco foi sendo concluída, um profundo silêncio caiu novamente sobre a situação do grande rio. Afinal, o objetivo principal da obra foi atingido, isto é, destinar cerca de 70% das águas para finalidade de irrigação, cerca de 26% para os centros urbanos e 4% para a população rural difusa.

Hoje, segundo dados oficiais, o chamado Eixo Norte transporta 16,4 m3/s para o Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte e o Eixo Leste 10,00 m3/s para a Paraíba e Pernambuco. É bom lembrar que foram projetados para transportar 127 m3/s no total. Como dizíamos no início das obras, “vão projetar um canhão para matar um mosquito”.

Hoje 98% das obras já estariam concluídas e teriam sido gastos 14 bilhões de reais, quando foi projetado o custo inicial de cinco bilhões de reais. Esse dinheiro é insignificante para um orçamento brasileiro da ordem cinco trilhões de reais para 2023, caso visasse mesmo resolver os problemas básicos das populações mais necessitadas do Semiárido, isto é, a população rural difusa.

Ainda hoje o problema institucional-administrativo da obra apresenta desafios não solucionados. O custo anual para a manutenção da obra para o ano de 2023 está estimado em 274 milhões de reais, mas os Estados receptores ainda não aceitaram assinar os termos de compromisso com o governo federal. Enfim, chegou a hora de alguém pagar a conta.

Estamos atravessando alguns anos de chuvas abundantes no vale do São Francisco, mas a projeção climatológica para os próximos anos é de intensificação do El Niño. Para a região significa ondas maiores de calor, diminuição no regime das chuvas, portanto, período de deplecionamento das águas do São Francisco. É nesses momentos que situação do rio mostra toda sua fragilidade, ou como diz o ditado popular, mostra sua cara. É um ciclo natural, mas que agora se agrava pela situação degradada do São Francisco e pelas mudanças climáticas.

A região Semiárida mudou muito nos últimos anos, pautada pela iniciativa da sociedade civil no Paradigma da Convivência com o Semiárido, tendo a captação da água de chuva em pequenos reservatórios para abastecer as necessidades básicas das famílias como sua prioridade. Várias políticas públicas da era Lula-Dilma também impactaram positivamente a vida das populações. Foram construídas mais de um milhão de cisternas de captação de água de chuva para abastecer cada família no local que ela estiver, além de mais 200 mil replicações de outras tecnologias sociais destinadas à captação da água de chuva para a finalidade de produção agrícola e dessedentação dos animais. Essas iniciativas, também apoiadas pelos governos Lula e Dilma, é que fizeram a diferença para a vida real do povo difuso pelo semiárido, ela que estava como a grande vítima das secas na arte de Luiz Gonzaga, Graciliano Ramos, Cândido Portinari, João Cabral de Melo Neto e tantos outros renomados artistas brasileiros da região Nordeste. Não há mais a fome e a sede de antigamente, já não há migrações intensas para o Sul e Sudeste, já não se fala mais em saques e a mortalidade infantil por fome e sede hoje está em 16 por mil, isto é, muito próxima dos padrões internacionais aceitos pela ONU.

Entretanto, o Estado Brasileiro continua com uma dívida profunda com o rio São Francisco e a população do Semiárido, isto é, a revitalização da bacia do São Francisco nunca veio e, se veio, ninguém consegue ver. Mesmo obras fundamentais de saneamento básico – a moeda de troca oferecida a troco da Transposição à população do São Francisco – continua inconclusa na maior parte dos municípios. Porém, uma profunda revitalização exige uma moratória nas grandes obras, recomposição florestal em toda a bacia, proteção das áreas de recarga dos aquíferos Urucuia e Bambuí, a demarcação dos territórios indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, descomissionamento das barragens de rejeito ao longo do vale, na forma como propõe a Articulação Popular São Francisco Vivo.

No município de Remanso-BA, por exemplo, três adutoras para abastecer 28 comunidades estão inconclusas até hoje, mesmo tendo 95% das obras já concluídas. Abastecer a população ribeirinha do São Francisco era um dos compromissos do governo Lula quando das negociações, fruto do embate com a sociedade civil para evitarmos a Transposição naqueles moldes e aplicar o dinheiro em pequenas e médias adutoras, além de replicar aos milhões as pequenas obras do Paradigma da Convivência com o Semiárido.

Uma nova fronteira que se abre é a batalha pelo reconhecimento dos direitos da natureza, e nesse contexto, pelos direitos do Rio São Francisco. A Articulação Popular São Francisco Vivo começa a pleitear e construir esses direitos.

Sim, avançamos em parte, até mesmo a Transposição cumpre um papel relativo no abastecimento de populações urbanas, mas estamos longe de revitalizar o rio e abastecer de forma mais segura toda a população do Semiárido Brasileiro. Vida que segue, luta que continua.

A fome a sede dos animais.

Roberto Malvezzi (Gogó)

Na longa experiência de vida aqui pelo Semiárido Brasileiro, sertão do Nordeste, sempre em equipe, vimos pessoalmente muita fome, sobretudo na década de 80. Ali, em Campo Alegre de Lourdes, na divisa com Piauí, na chamada seca de 79 a 83, nossos olhos viram a fome, a sede, as migrações, os saques, a mortalidade infantil e adulta, o sofrimento das mulheres para colocar uma lata de lama nos potes. Essa via-sacra era cotidiana e muitas vezes a água contaminada dos barreiros estava a uma légua – 6 km – distante de suas casas. Hoje, com as cisternas, as adutoras de porte pequeno e médio, com todas as políticas públicas, a sede mortal já não é mais um problema chave nesses fenômenos socioambientais macabros como naqueles tempos.

Entretanto, não sai da memória a fome e a sede dos animais. Era desesperador vê-los arrodearem as casas de tarde pedindo água e comida, sobretudo o balido das ovelhas e cabras. Por isso, entendo perfeitamente aqueles que, além de se sensibilizarem com a fome humana, também se preocupam com a fome e a sede dos animais.

Esses dias circulam na internet várias cenas de animais selvagens invadindo as cidades, inclusive onças pintadas e gatos do mato. Quando seus habitats são destruídos, extinguem-se seus espaços de moradia e suas cadeias alimentares. A devastação das matas e florestas impactam diretamente a fome e a sede dos animais.

Porém, a cena mais gritante apareceu no ano passado, quando centenas de jacarés se aglomeravam esquálidos numa lagoa do Pantanal, como que querendo encontrar um último espaço de vida. Essas cenas nos remetem para a ligação umbilical entre o ambiente e a fome. Ambientes preservados sustentam a cadeia alimentar dos animais e saciam a fome humana, se a agricultura for familiar e agroecológica. Porém, devastar para produzir algumas comodities agrícolas como cana, soja e florestas plantadas, não gera alimentos, mas a fome de humanos e dos demais animais.

Nessa Campanha da Fraternidade contra a fome, que vai atravessar esse ano, mas é para sempre, não nos esqueçamos também da fome e da sede dos animais. Na Fraternidade Universal de São Francisco somos todos irmãos. Fratelli Tutti!

OBS: Publicado originalmente em https://universo.paulinas.com.br/conteudo/a-fome-a-sede-dos-animais/96

9ª Noite do novenário: “o jubileu é tempo olhar para trás”

Dom Beto Breis, Bispo da Diocese de Juazeiro, Bahia.

Na última noite do novenário de Nossa Senhora do Rosário, a comunidade católica de Remanso juntamente com os noiteiros do dia famílias, ECC, Comunidades do Interior, Pescadores (as), Visitantes e Filhos (as) de Remanso residentes em outras cidades, louvaram a Deus, por intercessão de Maria, pelos 125 anos de sua paróquia.

Praça lotada para receber a imagem de Nossa Senhora do Rosário.

O tema proposto foi Paróquia Nossa Senhora do Rosário: 125 anos presente na vida do povo sertanejo, lutando por justiça e por direito.

A celebração da Missa de encerramento foi presidida pelo bispo da Diocese de Juazeiro, Dom Carlos Alberto Breis Pereira.

Em sua pregação, Dom Beto afirmou que o “jubileu é tempo de olhar para trás, uma retrovisão, para poder discernir, entender melhor”. Em seguida, fazendo memória da história de Remanso, disse que a devoção a Nossa Senhora do Rosário está presente desde o início da povoação que deu origem a cidade. Ela que foi construída pelas pessoas que fugiam dos conflitos ocorridos na região de Pilão Arcado. Aqui elas encontravam o conforto, a tranquilidade, o remanso tão almejados.

Nona Noite do Novenário de Nossa Senhora do Rosário, Paróquia de Remanso-BA.

Portanto, para além desses 125 anos de paróquia, são séculos de devoção a Nossa Senhora do Rosário.

Entronização da Palavra de Deus.

Dom Beto também fez menção a Pe. José Cavalcante, que ajudou na construção da Igreja Matriz da cidade antiga. Falou dos quatro pilares que sustentam a Igreja – a Palavra, o Pão, a Missão e a Caridade –, afirmando que a caminhada da paróquia de Remanso foi feita sobre estes pilares.

Por fim, Dom Beto disse aos fiéis presentes na praça que todos nós somos Igreja e que o jubileu é um momento de lembrar: “eu sou Igreja”.

Ação de Graças.

Que Nossa Senhora do Rosário continue intercedendo pelo Povo de Deus que caminha seguindo os passos de Jesus.               

Nona Noite do Novenário de Nossa Senhora do Rosário, Paróquia de Remanso-BA.

Texto: Pascom Remanso.

Fotos: Tovinho Régis

8ª Noite do Novenário: “O Evangelho de Jesus não serve para os acomodados”

Padre Josemar Mota, pregador da noite.

“A maior e mais expressiva festa do vale do São Francisco” assim se referiu Padre Josemar Mota aos festejos de Nossa Senhora do Rosário. Ele foi o celebrante da oitiva noite do novenário da padroeira de Remanso, que teve como noiteiros: Carroceiros, Garis, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindserv, APLB, SASOP, IRPAA, Rede de Mulheres, Quadras 02, 03, 05 , e Vila Santana.

Em sua pregação, Pe. Josemar, que é o vigário da Catedral Santuário de Nossa Senhora das Grotas da Diocese de Juazeiro, Bahia, afirmou que “o Evangelho de Jesus não serve para os acomodados”; para aqueles que fecham os olhos para a realidade e ficam indiferentes ao sofrimento e a dor do próximo, dirigindo para ele um olhar de desprezo.

Entronização da Palavra de Deus.

No trecho do Evangelho de João, onde Jesus promove a partilha dos pães e dos peixes, (jo. 6, 1-14), Filipe representa a atitude daquele que coloca desculpa em tudo e não assume sua responsabilidade de lutar para saciar a fome do povo.

A missão de Jesus é exigente, pois ele convoca cada pessoa a ficar ao lado dos pobres, do órfão, da viúva, dos marginalizados. “O Espírito do Senhor está sobre mim para anunciar a Boa Notícia aos pobres; proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc. 4, 18-20). Jesus se identificou com os pobres, os excluídos e os marginalizados (Mt. 25, 31-46).

A comunidade que não evangelizar a partir daqueles que estão às margens, a partir dos pobres, distancia-se do projeto de Deus, disse padre Josemar Mota. Por isso interrogou o celebrante da noite: “o que fazer diante da multidão faminta?” “Qual Igreja queremos ser?”. Ora, a Igreja é por vocação samaritana, missionária e profética.

Na Diocese de Juazeiro, Dom José Rodrigues é o modelo de uma Igreja destemida e profética. Já em Remanso a Irmã Joana, Irmã Jacira e Irmã Vitória foram exemplos de missionárias a serviço do Reino de Deus.

Ação de Graças.

Que Maria, mulher missionária e profética, nos ajude na nossa caminhada de fiéis e autênticos seguidores de Jesus.       

Texto:  Pascom Remanso.

Fotos: Tovinho Régis

7ª Noite do Novenário: “A Igreja foi chamada por Deus para a missão”

Sétima Noite do Novenário de Nossa Senhora do Rosário,

O subtema da sétima noite do novenário de preparação para a festa em homenagem a Nossa Senhora do Rosário foi Ó Mãe do Rosário, anima a Igreja no seguimento de Jesus, para que ela, a exemplo Dele, promova a igualdade, a fraternidade e a comunhão (Lc. 4, 14-21). A celebração da noite foi conduzida por Pe. José Benedito Rosa da paróquia São José Operário de Casa Nova/BA. Noiteiros: Extensão Nova, Motoristas, Mecânicos, Motociclistas, Vila Airton Senna, Loteamento José Clementino, Terço dos Homens e Quadras 06, 14 e 15.

Padre José Benedito Rosa, pregador da noite.

Pe. Benedito iniciou sua pregação lembrando que o subtema da noite é, na verdade, uma súplica a Nossa Senhora para que a Igreja, seguindo o exemplo de Jesus, não se deixe jamais fraquejar em sua vocação, que é a missão. “A Igreja foi chamada por Deus para a missão”, afirmou ele. Depois disse que a Igreja não é apenas uma instituição, mas o Povo de Deus, ou seja, o corpo místico de Cristo: “eu sou Igreja, você é Igreja, nós somos Igreja”.

Entronização da Palavra de Deus.

Ser Igreja é ter as atitudes do bom samaritano, pois “uma Igreja fechada não produz frutos”. Nesse sentido, Irmã Dulce, recentemente canonizada, é um exemplo, uma vez que colocou sua vida a serviço do Reino de Deus. De fato, “a Igreja não é o Reino de Deus, mas está a serviço do Reino”, que é de fraternidade, justiça, amor, igualdade, afirmou o pregador da noite.

Trazendo para sua reflexão o tema do novenário, que é o da Campanha da Fraternidade de 2019, “Fraternidade e Políticas Públicas”, padre Benedito disse que “nós como Igreja temos a obrigação, a missão de ajudar a construir políticas públicas” em favor das mulheres, dos jovens, da saúde, sobretudo nestes tempos difíceis, em que o governo federal vem cortando verbas para a área da educação e da saúde, por exemplo. Destacou também a preocupação da Igreja com as queimadas na floresta Amazônia e com o óleo derramado nas praias de várias cidades do Nordeste.

Por fim, fazendo referência aos 125 anos da paróquia, Pe. José Benedito Rosa, que foi pároco dessa paróquia por mais de 22 anos, pediu para que seus paroquianos não deixem a profecia cair.

Padre Benedito faz pedido especial a nossa Padroeira.

Que Maria, aquela que trouxe ao mundo a esperança do mundo, seja para nós exemplo de uma vida cristã autêntica, que sempre se coloca a serviço dos mais necessitados na construção do Reino de Deus.

Texto: Pascom Remanso.

Fotos: Tovinho Régis

6º Noite do Novenário: “As digitais de Deus estão presentes na Amazônia”

Padre Aloísio, pároco de Remanso.

Sexta noite do novenário de preparação para a grande festa em honra a Nossa Senhora do Rosário. E o subtema escolhido para reflexão foi: A riqueza da Amazônia e a diversidade de seus povos são criaturas de Deus, que revela suas perfeições invisíveis através de sua obra (Rm. 1, 20). O pregador da noite, Itamar Alves Filho, veio de Casa Nova/BA, junto com uma representação de mais 20 pessoas, e é sargento da Polícia Militar, além de fazer parte do Terço dos Homens. Noiteiros: Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral Carcerária, Profissionais da Saúde, Grupo AA, CAPS, Vicentinos, Polícia Militar e Civil, Servidores da Justiça e Quadras 07 e 10.

Itamar Alves, pregador da noite.

Na sua pregação, Itamar Alves afirmou que “falar da Amazônia é algo gritante, porque a Amazônia pede e clama por socorro”. Apesar das digitais de Deus estarem presentes nesta região, o que se vê é que aquilo que “Deus preparou para o homem o homem está destruindo”. Indígenas, camponeses, ribeirinhos estão sendo perseguidos, escravizados, assassinados por aqueles que só visam o lucro. O povo da Amazônia pede socorro da mesma forma que o povo de Deus que vivia escravizado no Egito pedia, disse Itamar Alves. Em seguida lembrou aos fieis presentes na praça que “temos uma dívida muito grande para com nossos indígenas e negros”.

Entronização da Palavra.

O pregador da noite também alertou para a poluição que contamina o ar das cidades e o derramamento de óleo que estar ocorrendo nos mares e oceanos de algumas cidades do litoral nordestino.

Ação de Graças.

Em um dos momentos fortes de sua fala, Itamar Alves afirmou que o que o preocupa “não é a cor de bandeira, se ela é ou não vermelha. O que me preocupa é vê o nosso solo ser vermelho de sangue de nossos irmãos carentes e necessitados, dos nossos indígenas que estão sendo dizimados, daqueles que não têm pão, dos encarcerados”. Aliás, quem diz “bandido bom é bandido morto” estar blasfemando.

Diante de todas essas realidades de morte, exortou Itamar Alves, é preciso conversão, se compadecer com a dor do povo amazônico, bem como com a dor da natureza, que “pode até não saber se defender, mas sabe se vingar”. É preciso também fazer com que esta conversão se traduza em ação, porque, citando o cantor Flavio José, “nós não somos donos do mundo, mas nós temos culpa porque somos filhos do dono”. 

Que Maria nos ajude em nossa conversão em defesa da ecologia integral e que o Sínodo da Amazônia produza bons frutos, fortalecendo a caminhada da Igreja em busca da construção do Reino de Deus de justiça e paz.

Texto: Pascom Remanso

5º Noite do Novenário: “Educar a juventude com muito amor”

Panorâmica da Quinta noite do novenário de Nossa Senhora do Rosário, em Remanso, Bahia.

“Educar a juventude com muito amor”, transmitindo os valores que não envelhecem: o respeito, o amor, a misericórdia, a tolerância. Lembrando que “educar é um processo que causa dor”. Com essas palavras Pe. José Erimatéia da paróquia São João Batista de Uauá/Ba, conduziu sua pregação na quinta noite do novenário de preparação para a festa de Nossa Senhora do Rosário.

O subtema proposto para reflexão foi Juventude teu nome é beleza, teu nome é amor. Deus te convoca para a prática da cultura da justiça e da paz. Noiteiros: Juventude, Grupos de Capoeira, SCFV, Estudantes, Grupo Demolay, Grupo Filhas de Jó, Grupos de Hip-Hop, Professores, Escola de Música Hermes Teixeira, Quadras 08, 12 e Vila Celso Campinho.

Padre José de Erimatéia, pregador da noite.

Para Pe. José Erimatéia, o tema proposto para reflexão traz algumas dimensões importantes: o amor, a justiça e a alegria, que são “elementos fundamentais para a vivência cristã”. Praticar o amor com alegria tendo em vista a promoção da justiça. Para isso, é importante a valorização da educação, que não é um processo fácil; mas, pelo contrário, é doloroso, pois requer testemunho e coragem.

Entronização da Palavra de Deus.

A postura do pai no trecho do Evangelho que fala do filho pródigo é um paradigma de como se deveria ocorrer o processo de educação, sugeriu o celebrante e pregador da noite. O pai respeita a liberdade do filho, porém encontra-se de braços abertos para acolhê-lo e ajudá-lo a restituir sua dignidade todas as vezes que há um mau uso da liberdade.  

Crianças apresentando homenagem em Ação de Graças a Santa Dulce dos Pobres.

Quem educa, questionou o pároco de Uauá, a família ou a escola? Muitas vezes a família transfere para a escola a função de educar os filhos; demanda muito grande que nem sempre a escola consegue dá conta. Dessa forma, é preciso valorizar o trabalho dos professores, verdadeiros guerreiros que acabam cumprindo a função que é de responsabilidade das famílias.

Por fim, afirmou Pe. José Erimatéia, é preciso investir em educação, uma educação que abrace as demandas dos jovens que vivem nas periferias, para que a justiça e a paz sejam de fato promovidas.

Texto: Pascom Remanso.

4ª Noite do Novenário: “Superar a economia que mata e idolatra o dinheiro”.

A noite desta quinta-feira (24) do Novenário em honra à Nossa Senhora do Rosário apresentou para reflexão o tema “Viver a experiência das primeiras comunidades cristãs para superar essa economia que mata e promove a idolatria do dinheiro (At. 2, 42-47)”. Comerciantes, Comerciários, Feirantes, moradores da Vila São Francisco, Vila Santo Agostinho, Área Industrial, Vila Matilde, das Quadras 01 e 04 e os demais fieis que lotaram a praça da Igreja Matriz reuniram-se para a 4ª Noite do Novenário, celebrada pelo Padre Cícero Diego Monteiro Machado, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Juazeiro, Bahia.

Entronização da Palavra de Deus.

Meditando o Evangelho de Lucas (Lc. 12: 49-53), Padre Cícero Diego frisou que “uma sociedade sem princípios, sem regras, é uma sociedade sem Deus e, quando colocamos qualquer outra coisa acima Dele, estamos idolatrando o lucro”. “Vivemos numa sociedade onde o egocentrismo e a indiferença tem nos colocado alheios às necessidades do outro”, prosseguiu o celebrante que destacou o grande número de pessoas reunidas na praça para louvar a Deus, por intercessão da Mãe do Rosário:

Padre Cícero Diego, pregador da noite.

“Temos aqui um mar de filhos e filhas de Maria, devotos e devotas de Nossa Senhora do Rosário”.

Ressaltando a importância de Maria, Padre Cícero Diego evidenciou a sua força e o seu exemplo diante das adversidades:

“A Mãe que olha para seus filhos e suas necessidades. Maria foi a rainha do serviço e ficou firme e de pé diante dos obstáculos que encontrou ao longo de sua caminhada… Não somos melhores que os outros. Precisamos estar em sintonia com a necessidade do outro”.

Que Maria nos guie e o seu exemplo nos encoraje!

Texto: Pascom Remanso.

3ª Noite do Novenário – “Banhados em Jesus Cristo, todos os obstáculos serão vencidos”

Padre Guilherme Mayer, pregador da 3ª noite.

No terceiro dia do novenário de preparação para a festa de Nossa Senhora do Rosário, o subtema proposto para reflexão foi “Banhados em Cristo somos uma nova criatura, convocados a superar qualquer tipo de diferença que privilegia uns e marginaliza outros” (Gl. 3, 25-29). A celebração e a pregação da noite couberam a Padre Guilherme Ma0yer da paróquia de Santo Antônio de Pilão Arcado, Bahia. Os noiteiros foram: Grupo de Idosos, CRAS, CREAS, NAPI, Centros Comunitários, Creche São José, Centro Juvenil São Leão Magno e Quadras 16 e 17.

Apresentação em Ação de Graças – Crianças e adolescentes do CRAS e do CREAS;

Ao começar sua pregação, Padre Guilherme falou da necessidade de jovens e idosos aprenderem uns com os outros. Em seguida, fez recordação dos 125 anos da paróquia de Nossa Senhora do Rosário, destacando que a história desta paróquia é marcada pela existência de comunidades de fé vivas, orantes e proféticas. Inclusive, frisou Padre Guilherme, é na fé e na oração que essas comunidades buscam força para serem proféticas, mantendo sempre viva a esperança de tempos melhores.

Cenário representando a antiga Igreja (velha Remanso).

Recordou do tempo em que chegou à região do semiárido baiano vindo da Alemanha, sua terra natal, que na época estava dividida em duas: a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Falou que não acreditava que um dia veria seu país outra vez unificado; porém, foi a união do povo alemão que possibilitou este fato. O Brasil na época vivia tempos difíceis, pois era uma ditadura. Por outro lado, foi neste período, década de 1970, que começaram a surgir as primeiras comunidades, todas elas animadas pelo espírito do Concílio Vaticano II.

Fazendo memória de pessoas importantes para a caminhada do Povo de Deus e que enfrentaram muitas dificuldades, como, por exemplo, Dom Hélder Câmara, Dom José Rodrigues e Santa Dulce dos Pobres, Padre Guilherme afirmou que “banhados em Jesus Cristo, todos os obstáculos serão vencidos”.

O tema central desta terceira noite do novenário foi a necessidade de todas as pessoas se unirem em prol da construção de uma sociedade igualitária, sem discriminação, preconceito, racismo, machismo, homofobia. 

Que Maria Santíssima, aquela que carregou em seu ventre o Príncipe da Paz, nos anime na nossa caminhada, em comunidade, tendo em vista a construção de um mundo conforme a vontade de Deus, sem discriminação e preconceito, onde todos se relacionam de maneira fraterna. 

Texto: PASCOM REMANSO.

2ª Noite do Novenário – “Não podemos desvincular a comunicação do compromisso ético”

Segunda Noite do Novenário de Nossa Senhora do Rosário, Paróquia de Remanso, Bahia.

“A comunicação quando não é voltada para o bem, as consequências são trágicas”, alertou Padre João Borges da Área Pastoral São Sebastião de Casa Nova/BA, celebrante e pregador da segunda noite do novenário em preparação para a festa de Nossa Senhora do Rosário. Neste ano de 2019, o aniversário de 125 anos da presença da paróquia de Remanso está sendo celebrado durante os festejos de sua padroeira.

O subtema proposto para reflexão desta noite foi “Que a comunicação não se canse de estar a serviço da Verdade, da Justiça e da Paz na construção de um mundo melhor”. Noiteiros: Funcionários Públicos, Dizimistas, Pastoral Catequética e Crianças, Jardim Santo Afonso, Loteamento Jardim Esplanada, Rádio Comunitária Zabelê FM, Pascom e Quadras 19 e 20.

Padre João Borges, pregador da noite.

Em sua pregação, Padre João Borges destacou, em primeiro lugar, sua alegria ao ver a grande quantidade de pessoas na praça, demostrando seu amor e carinho a Nossa Senhora do Rosário.  Para ele, a escolha do subtema foi “muito importante e muito atual”, pois é sempre pertinente refletir sobre o papel da comunicação na construção de um mundo melhor. Depois convocou o povo presente na praça a assumir o compromisso de, a exemplo de Nossa Senhora e com ela, anunciar coisas boas, colocar-se a serviço do amor, da justiça e da paz.

Padre João afirmou ainda que “não haverá paz sem justiça”. Porém, apesar desta certeza, “muitos vivem a serviço da desunião, da mentira e da destruição”. Em seguida arrematou, “a comunicação quando não é voltada para o bem, as consequências são trágicas”. “Semear a desigualdade e a violação dos direitos fundamentais da pessoa humana não é atitude de gente de bem, muito menos do cristão”, frisou o pregador da noite. Ora, o Evangelho de Jesus Cristo mostra que “a maior expressão da comunicação é o amor”.

Por fim, disse Padre João: “não podemos desvincular a comunicação do compromisso ético”, pois “a ética é o fundamento do agir humano” comprometido com os valores que garantem os direitos das pessoas e a construção de uma sociedade justa e solidária pautada na verdade e na paz. E, fazendo suas as palavras do Papa, denunciou a chamada “ditadura do pensamento único” dos grandes meios de comunicação, que impõe ao povo a visão ideológica das minorias abastadas e privilegiadas.

Que Maria, comunicadora da Boa Nova do Evangelho, anime o Povo de Deus em seu compromisso de anunciar notícias boas e a denunciar tudo aquilo que causa desunião e destruição, colocando-se sempre a serviço da Verdade, da Justiça e da Paz na construção de um mundo fraterno e solidário.

Texto: PASCOM REMANSO